sábado, 26 de janeiro de 2013

Férias

Depois de algum tempo sem tirar férias, pensei que a sua chegada fosse me empolgar. E qual não é o meu espanto, zero de empolgação. Pelo contrário, me apavora a ideia de passar os dias em casa com o único plano de uma viagem, que também me assusta. Não planejei as férias. Não planejei a viagem. Resultados de um impulso de reação à solidão. Propus-me leveza para 2013. Tentei. Tento. Em menos de um mês, saudade, solidão, prejuízos e discussões. Está difícil, mas tento ser leve. Não gosto de promessas. Tampouco as faço. Mas, de vez em quando, faço, mas a mim mesma. E uma das coisas que mais me incomoda sobremaneira é a frustração dos meus próprios planos, é a frustração de não alcançar a meta que eu mesma tracei. Disseram-me tempos atrás que eu era teimosa. Duvidei. Invejava e invejo a determinação alheia. Mas vejo que hoje posso ter algo de insistente. Pois continuo tentando. Continuo sonhando. No fundo, continuo acreditando. No fundo mesmo. É como se houvesse uma luz, mesmo fraquinha, lá dentro, que não deixo apagar. Se eu deixar ou se ela se apagar, é como se não houvesse mais jeito, não teria energia para o próximo passo, não haveria porque seguir em frente. Mas sigo porque, no fundo, acredito que as mudanças possam vir, que boas notícias podem chegar, que boas surpresas podem acontecer. As coisas boas são assim. Vêm sem avisar, vêm sem motivos, vêm sem nem se buscar. Será? Espero que sim. Canso de buscar. Espero que venham mesmo assim. Já foi assim. Por que não mais? E assim começam as minhas férias. Sem muita alegria, sem comemorações, sem planos. Apenas o medo de acabarem e não se ter feito o que umas férias se propõem.