sábado, 28 de março de 2009

Volta!

Hoje eu sonhei que você voltava
E você voltou para outra volta
Das voltas que a vida dá
Um dia quem sabe você volta pra cá
E você volte a dar voltas em minha volta
E a gente volte a dar voltas
Nas voltas que só a vida sabe dar

quinta-feira, 26 de março de 2009

Fabiana Cozza faz show na cidade pela primeira vez

Ana Rita Gondim
Do Correiobraziliense.com.br

“O homem que diz vou não vai” é só música para Fabiana Cozza. Mas, contrária ao trecho da canção Canto de Ossanha de Vinicius de Moares e Baden Powell, a cantora paulistana diz que vem e estará pela primeira vez em Brasília nesta quinta-feira (26/03) pelo projeto Engate a Quinta do Espaço Brasil Telecom. E o afro-samba não é mera brincadeira, é parte de seu mais novo trabalho que será apresentado em Brasília.

Fabiana Cozza explica que prefere não criar expectativas em relação à sua estreia na cidade. “Eu gosto de me misturar. Cada lugar é um lugar, cada gente é uma gente. Farei o melhor espetáculo, bastante alegre, vivo e que tenha sinceridade. Cada vez eu me esforço para que seja bem brasileiro e que seja visto dessa forma”, avisa.

E essa mistura vem dela própria. Filha de mãe italiana e de pai negro, Fabiana explica que essa miscigenação transborda para a música. “Essa minha identidade misturada me possibilita ter um passaporte para o mundo”, conta. E o mundo tem, de fato, se tornado seu palco após as últimas experiências, quando gravou um disco em língua basca e participou de shows no Japão.

A paulistana é considerada uma das mais importantes intérpretes da música brasileira na atualidade. Ela, inclusive, chegou a ser considerada herdeira legítima de Elizeth Cardoso por nomes como Ivan Lins, João Bosco e Nelson Motta. “Eu fico muito lisonjeada, esta é a verdade. E é muita responsabilidade. Faz com que eu tenha muita disciplina com o meu trabalho, muita dedicação. A proposta efetivamente é levar adiante essa bandeira da música que mulheres como Elizeth e Clara Nunes levaram”, revela.

Com dois CDs lançados em 12 anos de carreira – O Samba é meu dom (2005) e Quando o céu clarear (2007) –, Fabiana Cozza foi indicada ao Prêmio TIM 2008 na categoria Melhor Cantora de Samba pelo último trabalho. Em 2005, por conta do primeiro disco, recebeu as indicações para Revelação e Melhor Cantora de Samba e participou do Prêmio Rival Petrobras na categoria Artista Revelação.

Prova das fusões que realiza, seu último registro tem participações especiais da grande dama do samba Dona Ivone Lara, do Quinteto em Branco e Preto e dos talentosos cubanos Julio Padrón (trompetista), que fez uma leitura inédita de Canto de Ossanha, e Yaniel Matos (pianista). “Padrón é um dos maiores trompetistas do mundo. Yaniel também é um músico extraordinário, com quem tenho a maior identidade. E Dona Yvone Lara veio abençoar a minha caminhada com a sua voz no meu disco”, vangloria-se.

Seu próximo trabalho é o lançamento do DVD de Quando o céu clarear, que deverá sair em meados de junho. Gravado no Auditório Ibirapuera, o registro tem participação da cantora Maria Rita e do rapper Rappin’Hood.

terça-feira, 24 de março de 2009

Em seu segundo concerto, Orquestra Sinfônica homenageia o austríaco Haydn

Ana Rita Gondim
Do Correiobraziliense.com.br

Esta terça-feira (24/03) é dia de homenagem na sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. A segunda apresentação desta nova temporada da Orquestra Sinfônica irá celebrar os 200 anos de falecimento do grande compositor austríaco Franz Josef Haydn (1732-1809). Além de um dos maiores nomes da música erudita, ele é considerado o iniciador do classicismo vienense.

No currículo do austríaco, estão 104 sinfonias, 50 sonatas para piano e 83 quartetos de cordas. O maestro titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro (OSTNCS), Ira Levin, explica que serão apresentados os vários aspectos do compositor. “É muito difícil escolher uma música dele entre tantas que compôs”. Para hoje, então, foram escolhidas As Sete Últimas Palavras de Nosso Senhor na Cruz, op. 51; Sinfônica n° 102, O Relógio e o Concerto para violoncelo e orquestra n° 1, que tem como solista Antonio Del Claro.

Del Claro é um dos mais conhecidos artistas brasileiros de sua geração e presença constante nas salas de concerto do Brasil. Foi spalla de violoncelos da Orquestra do Teatro Municipal de São Paulo e da Orquestra da Universidade de São Paulo (USP). Faz parte do Trio Américas, com Eva Székely (violino, EUA) e Daniel Schene (piano, EUA), que realiza turnês pelos Estados Unidos e pelo Brasil. Obteve o primeiro prêmio no Concurso de Verão de Taormina, além de receber por três vezes o prêmio de Melhor Solista da Associação Paulista de Críticos de Arte e também o Prêmio Carlos Gomes como Melhor Solista Instrumental.

O maestro Ira Levin garante que este ano a temporada será ainda mais rica. “Apresentaremos várias obras que nunca foram feitas no Brasil. Temos muitas novidades, muitos convidados, tanto internacionais como brasileiros”, promete. O destaque de 2009 fica para a data do aniversário de Brasília, no dia 21 de abril, com apresentação de obras dos compositores brasileiros Heitor Villa-Lobos e Camargo Guarnieri. Para a regência, estão previstos também outros maestros, como Gil Jardim, Lutero Rodrigues e Emílio de Cesar.

A apresentação será hoje, às 20h, na sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. A entrada é franca, mas os ingressos devem ser retirados na bilheteria com antecedência. Classificação indicativa: 12 anos.

Exposição
Além da homenagem prestada pela OSTNCS, Haydn também será celebrado em exposição documentária com 42 painéis trazidos pela Embaixada da Áustria. Ela estará aberta ao público na quarta-feira no foyer da sala Villa-Lobos. A entrada é franca. Classificação indicativa livre.

PROGRAMA:

Joseph Haydn (1732-1809)

“As Sete Últimas Palavras de Nosso Salvador Jesus Cristo na Cruz”
Hob. XX.1
- Introduzione – Maestoso ed adagio em ré menor
- Sonata I – Largo em si bemol maior
- Sonata VII – Largo em mi bemol maior
- Il Terremoto – Presto con tutta la forza em dó menor

Concerto para violoncelo em dó maior Hob. VIIb.1
- Moderato
- Adagio
- Allegro molto
Antonio Del Claro - VioloNcelo

Sinfonia n° 102 em si bemol maior
- Largo – Vivace
- Adagio
- Menuet (Allegro)
- Finale (Presto)
Maestro: Ira Levin
Solista: Antonio Del Claro

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quarta-feira, 18 de março de 2009

Caixa Cultural abre as portas para duas mostras nesta quarta

Ana Rita Gondim
Do Correiobraziliense.com.br

Uma viagem ao teatro, desde a Grécia antiga ao Império Romano, da época medieval à Commedia dell´Arte, até Goldoni e o teatro contemporâneo. Essa é a proposta da exposição A Máscara Teatral na Arte dos Sartori: da Commedia Dell´Arte ao Mascaramento Urbano, que ocupa, a partir desta quarta-feira, a Galeria Principal da Caixa Cultural. Os amantes da arte podem pegar carona e viajar na mostra, composta por mais de 200 peças, entre quadros, objetos, máscaras de rosto e corporais exibidos no espaço.

São objetos produzidos por dois escultores italianos que são referência internacional na arte da confecção de máscara teatral: Amleto e Donato Sartori. De acordo com o ator e diretor do Teatro Commune de São Paulo Augusto Marin, Amleto e Donato são dois grandes escultores mascareiros do século XX. “Eles praticamente reinventaram a Commedia”, lembra.

Commedia dell’Arte é um gênero teatral surgido na Itália, no século XVI, que se caracteriza pela improvisação, pelo uso da máscara cômica, pelo grotesco, pelas obscenidades, pela relação direta com o público e pela crítica social. Augusto Marin explica que o gênero desapareceu por quase dois séculos. Amleto Sartori, então, inicia toda uma pesquisa, onde realiza trabalhos como escultor e resgata a máscara no século XX.

Após a Segunda Guerra Mundial, nasce a máscara neutra para traduzir a calma absoluta, o silêncio, e deixar o corpo do ator em evidência, além de promover o movimento corporal e a apuração dos gestos. Quando Amleto morre, em 1962, o filho, Donato Sartori, dá continuidade ao trabalho e vai além: cria outros tipos de máscaras neutras e da própria Commedia. Na década de 70, Donato inventa máscaras que cobrem todo o corpo. “É para expandir o conceito de máscara para além do rosto”, conta Augusto, explicando que os objetos eram utilizados em manifestações e protestos.

Nos anos 80, ele cria o conceito da máscara total, material que cobre não só a pessoa, mas um espaço público. É o chamado mascaramento urbano. “Na verdade, é uma grande teia, instalada em praça pública, onde acontecem eventos, espetáculos, manifestações. As pessoas interagem com essa teia. É uma mascara que resgata o ritual primitivo na cidade hoje tecnológica”, elucida Marin. “É um trabalho belíssimo, de sofisticação, de beleza estética incrível, de perfeição. São dois gênios que realmente revolucionaram, que trouxeram identidades perdidas, que fizeram e fazem parte do teatro mundial”, ressalta.

Além da exposição, a Commedia dell’Arte será tratada também em workshop nesta quarta-feira (18/03), às 19h, que será ministrado pelo ator e diretor Augusto Marin, do Teatro Commune de São Paulo. Na ocasião, os alunos podem conhecer um pouco mais sobre a história e a estética da Commedia dell´Arte. Criação de personagens e cenas e a exibição – em vídeo – de trechos de peças. “Vai ser uma grande festa, uma grande alegria”, alegra-se Marin.

Meio ambiente
A Caixa Cultural abre as portas nesta quarta-feira (18) para outra exposição que, para casar com uma preocupação bastante atual, tratará de sensibilizar as pessoas para um maior cuidado com o meio ambiente. Trata-se de Fauna e Flora Brasileira - Aquarelas de Álvaro Nunes, em destaque nas galerias Piccolas I e II. São 250 ilustrações científicas que revelam a exuberância e a diversidade da natureza do Brasil.

O artista confessa o lado militante da exposição: “É meio clichê, mas o objetivo é criar oportunidades de contato com as pessoas. O trabalho está estreitamente ligado em levar o conhecimento”, conta. Ele acrescenta que as crianças se afinarão bastante com a mostra devido à grande variedade de desenhos de animais, insetos e plantas.

O trabalho, segundo Nunes, é um aperitivo para o prato principal que será servido em 2010, quando haverá grande exposição com ilustrações do cerrado para comemorar os 25 anos do Jardim Botânico e os 50 anos de Brasília. “É um passo de iniciação para o próximo projeto. O nosso objetivo é, portanto, aumentar a movimentação em torno do cuidado com o que nos cerca.”

Em 2008, Álvaro Nunes teve dois trabalhos premiados pelo New York State Museum, respeitada instituição no âmbito da história natural no mundo. O artista venceu por cinco vezes o prêmio Olho de Boi, conferido pela Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) aos artistas que mais se destacaram no design de selos no Brasil.

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terça-feira, 17 de março de 2009

Palavra (en)cantada

Assim que li que ia estrear, reservei de antemão o domingo para assisti-lo. Um filme que versa sobre música, poesia e literatura, e com tão grandes paixões ilustres falando sobre o assunto... Não, não poderia ficar inerte justamente no dia em que não se tem muitas tentações ou atribulações.

E me falta tempo para discorrer impressões sobre o filme que, obviamente, recomendo. Salvou meu domingo! Salvou meu fim de semana!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Exposição revela Olhares dos jovens com Síndrome de Down

Ana Rita Gondim
Correiobraziliense.com.br

Para comemorar o Dia Internacional da Síndrome de Down (21/03) e o cinquentenário da descoberta do cromossomo 21, a cidade receberá nesta segunda-feira (16/03) exposição de telas e fotografias de jovens portadores da síndrome. Com o nome sugestivo Olhares, a mostra refletirá, como explica a presidente da Associação de Mães em Movimento (Amem/DF), Lurdes Danesy, o ponto de vista deles próprios perante o mundo e as coisas à sua volta.

“A gente tem uma mania de querer falar por eles. Quando alguém quer saber alguma coisa sobre meu filho, eles perguntam para mim e não para ele. E ele já sabe falar direitinho, tem 13 anos, está na 5ª série. Olhares é a forma como eles veem o mundo, é olhar deles, não o nosso”, esclarece Lurdinha, como prefere ser chamada, mãe de Lúcio Piantino, que exporá suas telas esta semana.

A mostra, que é uma só, se divide em duas apenas em formato e local. Na Biblioteca Nacional de Brasília, serão expostas 16 telas de Henrique Grochocki, Lúcio Piantino, Melina Pedroso, e Tonico Araújo. Os jovens pintores, de acordo com Lurdinha, já expuseram seus trabalhos antes. “Já são famosos, digamos assim”, conta alegremente.

A outra parte da mostra é a apresentação de fotografias, no Museu Nacional, dos também portadores da síndrome de Down Henrique Gurgel, Ian Stuckert, Alexandre DJ, Jéssica Mendes, João Pedro Tauil, além de Henrique Grochocki e Lucio Piantino. Esta revelará as fotografias que os próprios jovens realizaram e as que foram tiradas deles durante o trabalho por um pai de um também portador da síndrome.

Lurdinha garante que eles estão felizes, tanto com a realização do trabalho como pelo resultado que esperam obter. “Eles estão numa felicidade enorme. As fotos são muito boas e vão deixar muito fotógrafo com inveja”, brinca a mãe. Ela acrescenta que será uma exposição bastante profissional e que a expectativa é superar os olhares, dela própria, dos jovens artistas e do público que se fará presente. A exposição vai até domingo, dia 22.

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domingo, 15 de março de 2009

Face do mundo

Mundo mundo imundo mundo
se em ti eu me inundo
além de rima, eu me confundo
Mundo mundo imundo mundo
mais imundo é o teu coração

Eu não devia escrever
mas essa lua
mas esse sol
brotam-me frágil como uma flor

sábado, 14 de março de 2009

Medo

Medos surgem onde nunca estiveram. É um medo de não ter a mão dada. É um medo de invejar a felicidade alheia. É um medo de borrar a maquiagem. É um medo de acreditar. É um medo de duvidar. É um medo de não ter alguém para se fazer planos. É um medo de faltar alguém para fazer uma viagem. É um medo de não saber o que fazer com as férias. É um medo de não ter com quem se preocupar. É um medo de não ter para quem ligar para contar como foi o dia. É um medo de não ter alguém de quem esperar uma mensagem. É um medo de não receber flores. É um medo da minha cama solteira. É um medo de não ter outros pés para enroscar. É um medo de não ter para quem fazer uma surpresa. É um medo de me bastar a mim mesma. É um medo de me arrumar somente a mim. É um medo do coração endurecido. É um medo de não dividir. É um medo de perder-se com o tempo do fim de semana. É um medo de não saber um beijo. É um medo de se lembrar quando não existe. É um medo das horas. É um medo de não saber-se ser acompanhada de um adjetivo possessivo. É um medo de sobrar. É um medo da falta. É um medo de ser sozinha.

"Meu coração não se cansa
De ter esperança
De um dia ser tudo que quer

Meu coração de criança
Não é só a lembrança
De um vulto feliz de mulher

Que passou por meus sonhos
Sem dizer adeus
E fez dos olhos meus
Um chorar mais sem fim

Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim"

quinta-feira, 12 de março de 2009

Pequeno gigante pernambucano

Ah! O que falar do show de Antônio Nóbrega, o que falar de Antônio Nóbrega… Falta a palavra específica para definir o encantamento diante de um verdadeiro show, de um artista multifacetado, de um palco utilizado em todos os seus centímetros. A grandeza que os pernambucanos colocam em tudo que é do seu estado torna-se a mais completa verdade ao assistir ao músico, compositor, cantor, dançarino, entre vários outros adjetivos que cabem neste homem de aparência miúda.

O quinteto já tendo iniciado a primeira música, entra ele, de chapéu, camisa e calça largas, com o seu violino já preparado para arrebatar o público. Aplausos eufóricos. E ele sorri, começa seu próprio show, brinca com o instrumento e com as suas pernas, que mais parecem feitas de mola e não denunciam jamais a sua idade. Todo o espetáculo é um paradoxo de seriedade e jocosidade; seriedade pela excelência de tudo o que se apresenta; jocosidade pelos tantos sorrisos, comentários, pernas malemolentes, participações com o público.

Sua grandeza também está na variedade de instrumentos e gêneros que domina e culmina em aplausos antes mesmo de uma composição acabar. Violino, violão, bandolim. Instrumentais, frevos, choros, sambas. A maestria em tudo que se vê dá uma vontade de não querer nem piscar os olhos para não perder um segundo, sem falar dos ouvidos, que permanecem o tempo inteiro atentos para tanta virtuosidade. Flashes relampejam constantemente diante da vontade de registrar para sempre aquele momento único, que, no entanto, foi delicadamente pedido pelo artista para que se interrompesse.

Minha ignorância pede urgência para ser demolida. Como é possível eu já não ter visto este pequeno gigante é a grande pergunta que me fiz após o espetáculo. Além de brasileiro e, ainda mais, pernambucano (minhas grandes paixões musicais), é inovador, é aglutinador, é encantador. Quase duas horas de tantas maravilhas retiram todo o cansaço, todo o sono, e nos alegra com beleza e excelência.

Para terminar, me utilizo de suas próprias palavras: "licença, que eu vou rodar no carrossel do destino".

domingo, 8 de março de 2009

Às mulheres

Às lindas e grandes mulheres que fazem parte da minha vida – minha mãe cheia de graça, minha irmã de coração doce, as queridas que trabalham comigo e as com quem já trabalhei, as que são minhas vizinhas, as que estão longe, as que se tornaram amigas por meio de outras pessoas, as que me deram colo, as que me deram broncas, as que me disseram verdades – e a todas as outras do mundo inteiro,

Feliz Dia Internacional da Mulher!

Sem clichês de sexo frágil porque somos, sim, o sexo forte. Damos sempre a volta por cima, batalhamos, enfrentamos rejeições, sentimos desatenções, choramos uma saudade, gritamos a nossa alegria, sonhamos também de olhos abertos. Ser mulher é ser bela com sorriso no roso e com lágrimas nos olhos, é ser companheira quando nem sequer se está junto, é ver um abraço surgir e as mãos se abrirem a quem se aproxima.

E que não sejamos lembradas, homenageadas e elogiadas somente neste dia.

Beijos, abraços, colo, cafuné, em e para todas as mulheres que fazem deste lugar um mundo menos imundo.

sábado, 7 de março de 2009

Roberto Corrêa e Siba Veloso lançam CD em em show na Granja do Torto

Ana Rita Gondim

A fusão da cultura do planalto central com a do nordeste é a peculiaridade da terceira noite do 9º Encontro de Folia de Reis do Distrito Federal. O violeiro mineiro Roberto Corrêa, residente em Brasília há mais de 30 anos, e o pernambucano Siba Veloso - um dos criadores do extinto grupo Mestre Ambrósio - estarão juntos neste sábado (07/03), às 22h30, no palco da Granja do Torto para lançar o disco Violas de Bronze. A entrada é franca e a classificação indicativa, livre.

“Nós criamos as nossas músicas tendo como base nossas referências culturais. Então, o disco tem uma sonoridade peculiar, é um encontro singular das regiões. As pessoas vão apreciar o trabalho, tanto o público do Nordeste como o público daqui vão gostar do resultado”, promete Roberto Corrêa.

Para caracterizar suas respectivas regiões, Corrêa toca viola caipira e viola de cocho (instrumento típico de Mato Grosso). Siba entra com a viola nordestina e com a rabeca. “Ao mesmo tempo que representa a junção das duas regiões, é também um trabalho autoral de dois artistas individuais, com histórias bem diferentes. Para mim, foi uma experiência enriquecedora. O Corrêa me obriga a correr muito para acompanhá-lo, ele é um virtuose, dedicou-se a vida inteira a tocar muito bem um instrumento. Eu já sou mais ligado ao texto, à poesia rimada. A gente somou bastante um ao outro”, conta o músico pernambucano.

A apresentação de Roberto Corrêa e Siba integra o terceiro dia do encontro, que começou na última quinta-feira e vai até amanhã. O evento mantém viva a tradição das folias de reis, herdada da colonização portuguesa, e permite ao público assistir a um repertório variado da cultura popular, tanto em termos musicais como de crenças, valores e conhecimentos tradicionais (confira a programação).

Para o violeiro Roberto Corrêa, o encontro é uma oportunidade única tanto para os convidados quanto para o público. “É como assistir a um show num galpão, num bar, é bem informal. Na verdade, é um grande pouso de folia”, compara. Siba se diz animado com a apresentação de hoje à noite. “Brasília tem tradicionalmente um público bem aberto. Minha expectativa aqui é sempre a melhor possível”, revela. Após o show da dupla, André e Andrade sobem ao palco.

Amanhã, os brasilienses assistirão à grande dama da cena caipira brasileira, Inezita Barroso, que será acompanhada do Grupo Feminino de Folia de Reis de Vazante (MG). A abertura do show ficará por conta das duplas Kleuton & Karen, Rosa Branca & Canarinho e Caipira & Caipora.

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quinta-feira, 5 de março de 2009

Eu quero um deste!

"…A mulher que ninguém quer, eu quero. Contraditória, incoerente, descabida. Que me envergonhe para respeitá-la. Que me reconheça para nos fortalecer.

A mulher que não sabe amar recuando e não tolera que eu ame atrasado. Que parcele em dez vezes seu dia, que não pague a conversa à vista na hora do jantar, que não junte suas notícias para contar de noite como um relatório. Admiro os bocados, as porções, as ninharias. Alegria pequena e preciosa de respirar rente ao seu nariz e definir com que roupa vou ao serviço.

O amor é uma comissão de inquérito, é abrir as contas, é grampear o telefone, é cheirar as camisas. É também o perdão, não conseguir dormir sem fazer as pazes.

O amor é cobrança, dor-de-cotovelo, não aceitar uma vida pela metade, não confundi-la com segurança. Exigir mais vontade quando ela se ofereceu inteira. Enlouquecê-la para pentear seus cabelos antes do vento. Enervá-la para que diga que não a entende. E entender menos e precisar mais.

Quem aspira ao conforto que se conserve solteiro. Eu me entrego para dependência. Não há nada mais agradável do que misturar os defeitos com as virtudes e perder as contas na partilha.

Não há nada mais valioso do que trabalhar integralmente para uma história. Não raciocinar outra coisa senão cortejá-la: avisá-la para espiar a lua cheia, recordar do varal quando começa a chover, decorar uma música para surpreendê-la, sublinhar uma frase para guardá-la.

Sou doido, mas doido varrido. Bem limpo. Aprendi a usar furadeira e agora entro fácil em parafuso. Quero uma mulher imatura, que possa adoecer e se recuperar do meu lado. Uma mulher que me provoque quando não estou a fim. Que dance em minhas costas para me reconciliar com o passado. Que me acalme quando estou no fim do filtro. Que me emagreça de ofensas.

Não me interessa um tempo comigo quando posso dividir a eternidade com alguém.

Quero uma mulher que esqueça o nome de seu pai e de sua mãe para nascer em meus olhos. Em todo momento. A toda hora. Incansavelmente. E que eu esteja apaixonado para nunca desmerecê-la, que esteja apaixonado para não diminuí-la aos amigos."

Texto de Fabrício Carpinejar

quarta-feira, 4 de março de 2009

Quarteto Radamés Gnattali apresenta o concerto Bem Brasileiro no Teatro da Caixa

Ana Rita Gondim
Do Correiobraziliense.com.br

Brasília será duplamente presenteada com espetáculos esta semana, no ano marcado pelos 50 anos de morte do maior compositor brasileiro de música erudita, Heitor Vill-Lobos, e pelo Dia Nacional da Música Clássica, comemorado em 5 de março. Para a homenagem, o celebrado Quarteto Radamés Gnattali faz duas apresentações pelo concerto Bem Brasileiro no Teatro da Caixa, nesta quarta e nesta quinta-feira (04 e 05/03), às 20h.

O quarteto de cordas – grupo musical formado tradicionalmente por dois violinos, uma viola e um violoncelo – é integrado por Carla Rincón (primeiro violino), Vinícius Ferreira (segundo violino), Fernando Thebaldi (viola) e Paulo Santoro (violoncelo). Para o violista Fernando Thebaldi, o quarteto de cordas é o filet mignon da música clássica. “Desde o classicismo, o quarteto de cordas é sempre um desafio, é o crème de la crème da composição. E Villa-Lobos é um dos compositores mundiais com maior número de obras para quarteto”.

O grupo vai apresentar ao público uma pequena parte da obra de Heitor Villa-Lobos, os Quartetos números 5 e 6. O violoncelista Paulo Santoro explica que o número 5 é o mais leve de Villa-Lobos (intitulado por ele próprio de popular), em que há elementos folclóricos brasileiros e que, por isso, há uma resposta muito rápida da plateia. Já o número 6 acompanha o músico há tempos, desde que começou a se embrenhar nas trilhas de Villa-Lobos.

Além de tocar peças do mestre carioca, os instrumentistas não podiam deixar de executar obras de outro grande compositor nacional, o Radamés Gnattali. “Nós temos, entre aspas, uma obrigação de tocar Radamés”, brinca o violoncelista, referindo-se ao fato de o nome do conjunto ser uma referência ao artista. Serão duas peças com cerca de três minutos cada. “Essas composições são referência na obra de Radamés, por isso quem não o conhece tem uma amostra de todo o seu trabalho”.

Diante da tamanha importância de Villa-Lobos para a música brasileira e da sua representatividade no exterior, Santoro lamenta que as comemorações feitas em Brasília e no restante do país são muito poucas. “Eu acho que ele deveria ter muito mais homenagens do que tem. Foi a partir de Villa-Lobos que a nossa música ficou conhecida lá for a. Hoje as orquestras já o incluem em seu repertório, mas deveriam tocá-lo ainda mais”.

Em novembro, o Quarteto Radamés Gnattali enfrenta o desafio de tocar ao vivo no Rio de Janeiro todas as 17 composições de Villa-Lobos para quarteto de cordas.

Dia Nacional da Música Clássica

A data foi instituída no município do Rio de Janeiro em 2006. No ano seguinte, o governo do estado oficializou a comemoração. Em 13 de janeiro deste ano, o dia 5 de março foi definido como o Dia Nacional da Música Clássica, assinado em decreto pelo presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva. A data foi escolhida em homenagem ao dia de nascimento de Heitor Villa-Lobos.

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terça-feira, 3 de março de 2009

Escolha mal feita

Encontrei um bichinho encolhido agarrado a uma raiz de planta em um lugar escondido, frio, deserto. Desorientada, não soube discernir o local. Olhava-o de longe, observando-o se realizava algum movimento. Tremia-se, estava mal, mas não tanto quanto poderia parecer. Percebi que sentia frio, que estava fraco, mas tinha força suficiente para segurar a raiz de uma hera que não sei porque razão a mantinha tão junto. Chego mais perto e vejo que não era só a raiz, mas também alguns pedadinhos que pareciam haver sido cortados e ele, de alguma forma, queria uni-los novamente.

Não sabia como me aproximar ou até se devia, mas algo não me deixava sair de perto daquele bichinho. Dou alguns passos e vejo que as suas garras estão escondidas para não machucar o que ele tanto protege. Em mais um passo, piso em folhas secas e reparo que há tantas mais espalhadas pelo chão. Não era tempo para isso, era tempo de as folhas ainda estarem presas aos galhos das árvores e tudo pintado de um verde vivo iluminado de tanto sol. Olho mais ao longe e tenho a impressão de que as estações se desentenderam e o outono chegou antes do tempo.

Começo a não entender mais nada e suponho que o que aconteceu ao bichinho aconteceu a tudo ao seu redor. Ando quilômetros para buscar alguma luz, algum verde ou algo que explicasse a mudança do tempo ou a atitude daquele bichinho. Quando começava a me sentir cansada de tanto procurar, enxergo um muro em ruínas, uma espada manchada e restos destruídos do que parecia ser de uma planta, semelhante àquela que o bichinho trazia recôndita em suas mãos. Pensei que pudesse salvar mais alguma coisa da hera e levar-lhe com a intenção de fazê-lo sentir-se melhor, mas tudo que podia ser salvo estava com ele.

Quem o fizera, porque o fizera, não pude descobrir. Vi apenas vestígios que seriam supostamente de alguém que veio de longe e, depois de desferido o golpe, retornou ao seu local. Olhava e não conseguia entender nada daquilo. Mas lembrar aquele bichinho me doía e eu queria encontrar algo que amenizasse o que quer que o estivesse acontecendo. O que restou da plantinha estava com ele. Então, reconstruir o muro me veio como a única idéia capaz de trazer-lhe forças novamente para se levantar e trazer o verde e o brilho a sua volta.

Retorno e ele ainda se encontra do mesmo jeito, na mesma posição, agarrado da mesma forma, com a mesma força àquilo que lhe fazia algum bem. Ao mostrar-lhe uma pedra que trouxe para começarmos a obra, ele suspira e me fala baixinho e lentamente que ainda não era hora e que ele precisava se restabelecer, poupar energia para o longo trabalho pela frente. E, em todo esse tempo, a plantinha não secava, não morria, em suas mãos. Seu calor, sua vida, mantinham-na viva.

Deito então ao seu lado. Faço-lhe carinho, aqueço-o com o meu corpo junto ao seu. A plantinha não morria, mas tampouco crescia. Percebo então que ela precisa do muro para crescer rente, ao alto, longe. E, para construir o muro, haveria necessidade de forças. Ao pensar isso, fiquei tranquila, pois só o tempo para reerguer o bichinho e ele reconstruir seu muro, fincar as raízes de sua hera no solo e deixá-la seguir seu caminho. Deitados ali, a aflição substituiu a tranquilidade inicial. Percebo que o braço que acaricia o bichinho acaricia a mim mesma, o corpo que o aquecia busca calor de outro lugar para aquecer a mim mesma.

Sem nem saber, tornei-me mãe e companheira de mim mesma porque descobri que sou minha única casa. Levanto-me, abro os olhos, um tanto inchados, me preparo para organizar a bagunça que fiz em meu próprio ninho e separo as sementes que se tornarão rosas, girassóis e begônias a embelezar meu caminho. E, assim, construirei meu muro e minha plantinha renascerá...

"A esperança é um urubu pintado de verde".
Mario Quintana

"Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos…"
Vinicius de Moraes

segunda-feira, 2 de março de 2009

Cineclube bancários abre a temporada de 2009

Ana Rita Gondim
Do Correiobraziliense.com.br

Assistir a filmes brasileiros e poder debater em seguida com entendidos do assunto parece um sonho para quem aprecia a sétima arte. Ainda mais quando a exibição é de graça. Mas, contrariando a lógica, o Cineclube Bancários abre temporada nesta segunda-feira (02/03), às 20h, pelo terceiro ano consecutivo, com exibições gratuitas e bate-papos inteligentes.

As sessões do mês de março foram escolhidas para homenagear as mulheres devido à comemoração do Dia Internacional da Mulher (08/03). Para o primeiro dia de exibição, foi eleito o clássico Todas as mulheres do mundo, longa-metragem de Domingos Oliveira, com Leila Diniz e Paulo José no elenco.

O filme, de 1967, é baseado no relacionamento do cineasta com Leila Diniz. Trata-se do jornalista bon vivant Paulo (Paulo José), que pretende interromper as suas constantes paqueras nas praias cariocas para viver uma história com apenas uma mulher após encontrar o seu verdadeiro amor, Maria Alice (Leila Diniz).

Compromisso com o público
O projeto contabiliza desde a sua criação, em agosto de 2007, mais de 50 sessões com cerca de 90 filmes exibidos (curtas e longas-metragens) e com aproximadamente 7.500 espectadores no total. A produtora cultural Ana Arruda alegra-se com o respaldo do público. “O que propomos é uma solução ativa, que está funcionando. No projeto, as pessoas não ficam passivas, têm um contato direto e constante, pois o projeto é semanal, não é efêmero. A gente tem um compromisso com o público e com o cinema”.

A proposta de difundir o cinema nacional gratuitamente surgiu do próprio Sindicato dos Bancários e, segundo Ana Arruda, era uma ideia planejada há mais de uma década. Em 2009, o projeto completa três anos e promete ficar. “É muito bacana, temos um público fiel, a maioria das pessoas permanece na sala. São cinéfilos de plantão. Mas os espectadores também variam conforme o filme”, conta Ana Arruda.

Publicado no Divirta-se